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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Só para Registrar.



Relacionamentos não nascem prontos e perfeitos.
Mania de ficar colocando defeitos e barreiras em algo que mal começou. Parem de desistir sem tentar.
Mania de achar que encontrou o amor da sua vida e em um mês já sair por ai espalhando 'eu te amo' pra todo mundo ver.
Não se ama o que não se conhece. 
Conversem. Comuniquem-se. Adaptem-se um ao outro. Deixe o tempo passar e o dia-á-dia aprimorar o que está apenas começando.
Devíamos parar de ver o amor como algo extraordinário, mágico e intenso, algo que tira os pés do chão ou todas essas coisas que dizem a respeito. Ver o amor sempre assim nos afasta do que ele realmente é. O amor é extraordinário por que ele é simples, por que ele está na rotina e nos pequenos detalhes.


A Paz de Jah!
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

É magoa.

Um dia desses tava ouvindo aquela música do Leoni, sabe aquela que fala de “cartas que eu não mando”? Então, lembrei das milhares de cartas destinadas a você que nunca saíram da minha mente nesses quase três anos. São tantos sentimentos acumulados e nenhuma coragem de ti escrever. Mas depois de todo esse tempo eu finalmente criei coragem, o que é uma pena ter sido só agora. Tenho andado cheia de magoas, menino.
Eu nem sei por onde começar a te escrever, se pela saudade que me acompanha e ou se pela raiva que não me deixa. Por que apesar de tudo ainda fecho os olhos e lembro de nós dois no seu quarto deixando o domingo mais feliz mesmo sem fazer absolutamente nada, lembro das caminhadas na praia de mãos dadas, da saudade que eu sentia mesmo estando do seu lado porque sabia que o final de semana estava acabando, de como aquele mesmo CD sempre tocava no seu carro e de como aquelas viraram nossas músicas preferidas. Da viagem que fizemos para aquela praia de pescadores e que mal saiamos do quarto. Da sua mão na minha nuca me trazendo para perto de ti com força e ao mesmo tempo com delicadeza, da sua mão e lábios deslizando sobre meu corpo e dos teus olhos me encarando, me desejando e me amando. Sabe menino, embora minha saudade não tenha mais seu nome, embora meu amor não seja mais seu, esses nossos momentos ficaram em mim e eu não sei bem como faço para apagá-los.
Ah menino, acho que é daí que vem a minha magoa. Não acho justo isso, acho que quem é especial um dia deveria ser para sempre, mas não sei o que acontece que você parece fazer questão de tentar destruir cada lembrança boa que tivemos. Você e essa sua indiferença que me fere mais do que de fato me feriu sua partida. E a verdade é que é por causa dessa indiferença que resolvi te escrever. O Réveillon está chegando, já são os últimos dias do ano e já carreguei magoa de mais no peito. Como já dizia Chico “meu coração... é um pote até aqui de magoa” e pretendo despejá-lo todo em você. Quero começar o ano vazia de ti.
Então, por favor, receba minha magoa e saiba que todo carinho, respeito e consideração que tinha por você, mesmo depois do fim, acabou e a culpa é toda sua. Afinal, não é por que o amor acabou que esses sentimentos também devem acabar e eu te falei tanto isso. Você deveria saber que foi a pessoa que mais me fez sorrir e hoje a que mais me fez chorar. Guarde meu arrependimento de te ter em mim vida, sinta o meu desprezo e continue fingindo que não me conhece, por que hoje sem esforço tenho feito isso. 
Hei menino, espera. Por favor, não esqueça de guardar também o meu perdão. Apesar de ter jogado isso fora por não saber o significado e uso da palavra respeito, você foi meu amor mais lindo e a lembrança que sempre vou ter.

E agora de peito vazio que me venha mais um feliz ano novo.



A Paz de Jah!
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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Vizinha.

É impressionante como quando se tem uma perda e essa se julga irremediável nasce um desejo meio que incontrolável pelo novo. Não, eu não perdi nada, mas esse desejo nunca me deixa. Acho que no meu caso é bem o contrário, ao invés de perder eu estou precisando é me achar. Vai saber.
E é aqui, no meio desse meu momento filosófico que começo minha mudança. Não, não. Não é algo assim tão profundo, só decidi trocar São Paulo por Florianópolis, e a mudança que eu digo é essa mesmo: tralhas, coisas pra desempacotar, bagunça, coisa pra consertar e tudo mais.
Gosto do clima da nova cidade. Gosto da calmaria, apesar do vazio que a loucura de Sampa tem me deixado. Aproveito para trabalhar e após alguns dias as coisas vão se encaixando, vou substituindo o caos e o vazio da minha casa e por conseqüente da minha vida. Gosto disso, dessa coisa de dizer “minha casa”, até a sonoridade dessa frase é bonita. “Minha casa”. E agora que tenho uma só para mim vou deixando ela a minha cara. Substitui as flores e as fotografias velhas da sala da minha mãe pela minha coleção de discos de vinil que estão devidamente colocados na nova estante. O quadro dos Beatles coloquei na parede da sala perto do sofá. Sempre achei que toda sala merece ter algo dos Beatles. Sempre achei que todo lugar merece um pouco de Beatles e por que não minha própria sala? O meu quarto ainda é só um colchão no chão e roupas jogadas por cima das malas, mas já é um bom começo. O meu começo. Agora é Radiohead tocando e um copo de Whisky pra comemorar. Por enquanto tudo bem solitário, mas amanhã quem sabe minha nova galera não apareça? É só uma questão de conhecer uma nova galera.
Só uma coisa errada até agora, o corretor devia ter me avisado que minha nova vizinha tem o dom de destruir músicas bacanas, em algum lugar Dave Matthews deve estar se contorcendo. Porque não é possível que ela cante gasguita assim e ache que está tudo certo, tudo lindo. Na verdade ela não canta nada e alguém devia ser bacana com ela e dizer isso, assim, na lata mesmo. Acho até que é por isso que o aluguel ficou barato no fim das contas, famílias devem ter fugido após alguns membros enlouquecerem ou quem sabe ficarem surdos. Tá, exagerei. Mas que às vezes irrita, irrita.
Mas apesar da voz, eu curti o gosto musical da garota e fico imaginando como ela é. Ainda não dei a sorte (ou azar, vai saber) de encontrar com ela pelo condomínio, o que tem alimentado ainda mais minha imaginação e tem sido o meu passatempo favorito. Sim, tenho passado horas dos meus dias imaginando o perfil da menina com a voz mais irritante que já ouvi. O que mais teria pra fazer em uma cidade que não conheço ninguém e só estou morando a uma semana do que flertar com as inúmeras mulheres que crio baseadas nas músicas que a garota ao lado coloca pra tocar a noite?
***
Num sábado desses, acordo cedo e coloco Joe Purdy pra tocar enquanto tento dar uma geral na casa. Sabe como é ser humano do sexo masculino, beirando os 30 anos, recém saído da casa dos pais, filho único e afazeres domésticos são coisas que dificilmente se encontraram na vida. Acontece que hoje finalmente terei algumas visitas e quero que minha casa pareça com uma. Depois de umas semanas no trabalho parece que tenho novos amigos e que eles querem tocar violão e beber até cair na minha casa. Achei bacana a idéia.
 No meio da bagunça começa tocar Why You, uma das minhas favoritas do Joe, e de repente ouço aquela voz desafinada acompanhando a música. Não acredito que ela conheça a minha banda favorita e eu ainda não vi o rosto dela. Qual é?  Eu preciso de um rosto pra descrever a mulher da minha vida para os meus novos amigos. Meio idiota isso, mas sempre disse que me casaria com uma mulher de bom gosto musical e que fosse fã de Joe Purdy sem eu precisar apresentar a ela. Dessa vez decido subir no muro, já que nossas casas são lado a lado e a julgar por quão perto parece estar a voz dela, acredito que nossos quartos também sejam lado a lado. Não custa nada tentar. Talvez hoje eu descubra se ela é ruiva e cheia de tatuagens como da primeira vez que a imaginei enquanto ela ouvia Foo Fighters. Ou se ela daquelas garotas fofinhas como a Zooey Deschanel, não consegui pensar em outra forma de garota em quanto ela ouvia The Smiths naquela terça-feira de madrugada. Mas não consigo pensar em nenhum jeito de garota para garotas que curtem Joe Purdy, ainda não conheci numa garota que curtia por conta própria. Pra acabar a curiosidade encosto a escada no muro e subo, e de todos os tipos de mulher que imaginei, de todas as vezes que pensei na gente se encontrando, nunca me passou pela cabeça o que acabei de ver. Ainda não decidi se gostei ou não, só sei que ri bastante e ela deve estar me odiando agora.
Parece que não sou só eu que andei de mudança pelas últimas semanas, ou vai ver ela só decidiu fazer uma reformar, mas quando subi no muro dei de cara com um quarto bagunçado, uma cama desmontada e uma garota só de calcinha dançando com uma ferramenta na mão. Claro, que como bom macho hétero que sou, a primeira vista só vi a bela morena de cabelos longos, cintura fina e seios nem grandes e nem pequenos, mas que cabem exatamente na palma da minha mão, e por alguns segundos imaginei minhas mãos naquelas maravilhas, assim como naquelas coxas roliças e bem desenhadas. Deus, que morena.
 Depois que consegui tirar os olhos da pequena e comecei a olhar ao redor foi que percebi a parte hilária da situação, não bastasse a moça quase desnuda, dançando com uma ferramenta na mão enquanto, acredito eu, desmontava uma cama, um pequeno detalhe foi que me fez gargalhar. A dona da voz que me incomoda noites sim, noites não, vestia apenas uma calcinha  daquelas de algodão, bem infantis e um pouco velha, sem muito elástico, me arrisco a dizer. Achei aquilo tudo tão lindo e bizarro ao mesmo tempo que minhas risadas sonoras invadiram o quarto da moça que me olhou assustada, logo depois envergonhada e por último enfurecida. Quando ela percebeu minha presença se abaixou em frente a janela e timidamente olhou pra ver se eu ainda estava lá, e eu, de uma forma imbecil, estava. Não sei por que fiquei ali, mas estupidamente quis puxar assunto, e puxei. Não é todo dia que isso acontece e sabe, acho que a gente tem que se arriscar.



A Paz de Jah!
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sábado, 8 de setembro de 2012

Veneno e cura.


Sexta-feira é o dia oficial do happy hour. No fim do expediente o bar da esquina do prédio onde trabalho concentra o maior número de arquitetos frustrados por metro quadrado de Curitiba. E é lá que nos encontramos semanalmente para jogar conversa fora.

Mas hoje não estou naqueles dias sociais. Sabe aquela preguiça de gente?  Então me despeço das pessoas sem nenhuma vontade de forçar a simpatia e saio assim, com essa cara de nada rumo ao meu apartamento e a garrafa de vinho que deixei na geladeira noite passada. Noite essa que ele disse que viria e não veio. Noite essa que não me importei.

Jogo sem nenhum cuidado a bolsa no sofá, tiro os sapatos e vou direto para o chuveiro, que está exageradamente quente, ainda pensando na garrafa de Pata Negra Gran Reserva que me espera para ser degustada na melhor companhia que uma noite de conflitos amorosos poderia pedir, a minha própria.

Sem querer manter o pensamento distante eu me permito pensar nele e na guerra interna e silenciosa de amor e ódio que sinto quando o vejo, que sinto quando o percebo, que sinto quando o desejo.
A prepotência dele me irrita, o super ego me tira do sério, o  jeito Don Juan de conquistar todas as atenções e olhares femininos ao seu redor me mata... De ciúmes.
Ele é meu e deveria se portar como tal. Ele é meu ainda que secretamente, ainda que duvidosamente, ainda que momentaneamente. Todo meu.
Não que de fato eu o queira, veja bem, ele não é o tipo de cara com quem eu dividiria meus dias. Ele é só mais um moleque andando pelas ruas da cidade em busca de olhares para se firmar homem. Ele nem se quer é o tipo de cara que me faria virar o pescoço, ele passaria despercebido. Mas por algum motivo, não passou. Não passa.
Insiste em me ligar de madrugada, me surpreender com uma rosa e me olhar nos olhos. Insiste em me confrontar e tirar minhas defesas uma a uma.
Insiste. Persiste. Desiste.
Finge que não liga, não liga e aparece num fim de tarde. Me dedilha alguma melodia e me leva embora até o outro dia.
Me desperdiça, me atiça.

Já pela metade da garrafa de vinho me pergunto se existe isso de querer sem gostar? De querer e ser furtada de si com apenas uma mão encontrando a nuca e a outra envolta aos quadris? De ser levada longe, mas não querer ficar?  Não por medo, mas simplesmente por não querer pertencer.
Não sei explicar. É um gostar que não me invade mas me paralisa. Me alisa a pele, arrepia a espinha. Me rouba, me deixa solta, envolta em nada. Nada que seja para sempre. Diria que somos para agora.
Mas agora não.
O telefone toca, é ele. Desligo. Pego o que sobrou do vinho e apago as luzes. Hoje não tem dose de veneno. Hoje não tem guerra e nem porto seguro algum. Outro dia ele me cura. Hoje vou ficar com a loucura. Loucura de desejar mas não querer, ou seja lá o que for. Vai saber.


A Paz de Jah.
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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Meu divã.

Essa sou eu acordando as três da madrugada com a ligação da Marina, a saber, minha melhor amiga.  Um pouco zonza de sono eu penso umas cinco vezes antes de atender, afinal isso significa que perderei uma boa noite de sono dando conselhos que nem sempre ela segue, fazendo brigadeiro e procurando algum filme que não tenha nenhum teor romântico. Eu atendo a ligação ainda sonolenta com algum resmungo que nem eu entendo e como é de praxe ela pergunta, com a voz chorosa e com um tom dramático de quem acabou de presenciar um desastre mundial, se pode passar a noite no meu apartamento e promete que vai me deixar dormir. É claro que eu não vou dormir, mas assim mesmo eu digo que ela pode vir.
Em alguns minutos começará mais uma noite de conselhos sobre relacionamentos. Sério, não entendo qual é dos meus amigos que vivem me pedindo esse tipo de ajuda. Meu apartamento virou um consultório e meu sofá um divã. Não é por que escrevo umas frases bonitinhas que eu realmente entenda do que estou falando.  Por que não falamos sobre macarrão? Na falta de aptidão para essa coisa de amor eu tenho me dedicado à culinária e olha, estou me aprimorando. Sei não, meu coração está com tanta poeira por falta de uso que acho que é por isso que tenho acordado ruim da rinite esses últimos tempos. Sabe, sou viciada nesse tipo de relacionamento passageiro que chega sem derrubar um objeto dá minha sala na ânsia de levantar minha saia e mudar minha paisagem. Tem sido tudo tão da porta pra fora do meu coração que não sei mais o que é mesmo a serventia da casa.
Mas veja bem, não me olhe como aquela guria que mora sozinha com um casal de gatos e na probabilidade de ficar pra titia ela obtém uma boa pontuação. Eu não tenho gatos.  E não, eu não sou nenhuma garota amarga, ou estranha. Também não me acho feia, pelo contrário, ando feliz com meu espelho e minha alta estima vai bem, obrigada. Embora muitas vezes curta ficar sozinha em casa lendo e ouvindo boa música sou um pouco da noite, gosto de Pub’s, cerveja e amigos. Já amei, me apaixonei e passei madrugadas esperando o telefone tocar e não fujo de viver tudo isso de novo, não mais.
Sinceramente, só acho que ultimamente as pessoas desaprenderam a namorar, a amar. Não estou esperando encontrar alguém para alterar meu status, sair para jantar, dormir de conchinha e assistir filme numa sexta-feira depois do trabalho. Isso eu não preciso esperar e nem é tão difícil de encontrar. E claro, tudo isso é bom, não estou questionando. Mas de verdade, mais do que alguém que me tire o fôlego seja na cama ou com um simples olhar, eu quero alguém que segure minha mão.  E quando esse alguém chegar e decidir ficar, eu vou saber.
E o interfone toca... Apesar dessa monotonia amorosa e da falta de dopamina liberada no meu cérebro meus conselhos tem parecido funcionar. Então lá vamos nós.
- Oi, amiga. Entra e vai me contando tudo. O brigadeiro tá quase pronto.

A Paz de Jah!
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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tipo estranha.

E quando eu tô estranha eu quero dizer que tô estranha.
E quando penso em alguém pra dizer que tô estranha eu lembro de você.
E só quero dizer pra você por que acho que só você entenderia minha estranheza.
Talvez por que acho que isso de ser estranho é coisa de quem lê e cria mundo e escreve desse mundo.
Você entenderia, eu sei que sim.
Por que de repente, assim sem motivo, tudo fica tão chato que a gente só quer ir pra esse mundo que a gente escreve e que a gente leu.
E eu não sei explicar essa estranheza, mas sei se tem alguém no mundo que a entenderia se a eu explicasse era você.
Mas aqui, mesmo a gente só tendo se visto uma vez nessa vida inteira eu acho que você já entendeu.

Um post dedicado a você, que sabe que é você por que divide essa escrita desentendida comigo. Se acha no que escrevo e a recíproca é verdade por que na tua escrita me percebo.

Moça, volta pras tuas linhas que sinto falta da tua rima.
Para Thaíla.



A Paz de Jah.
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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Início.

Nem sei há quanto tempo estamos na estrada, só sei que a tal da Lagoa do Paraíso tem ficado cada vez mais para trás e isso soa meio irônico. Tá tocando nossa banda favorita no som do carro, o solo da guitarra faz meus pensamentos viajarem tão rápido quanto a paisagem que pela janela vai ficando para trás. É fim de tarde e a luz do sol deixa o interior do carro um pouco iluminado pelos poucos feixes laranjas que ainda restam no céu. Fins de tarde possuem uma melancolia natural, sempre costumo ficar uma pouco triste nessa hora do dia, mas este em especial tem me empurrado tão para baixo que parece que toda a gravidade do planeta está me abraçando agora. É, ela está me abraçando agora.
Depois de quase uma hora olhando pela janela e tentando com todas as minhas forças vaguear meu pensamento pelo nada eu decido olhar para o lado e fitá-lo. Lá está ele, o homem que jurei para mim mesma que era o amor da minha vida. Observo-o atentamente, perco alguns bons minutos vendo seus cabelos loiros caindo sobre os olhos cor de mel, sinto vontade de rir quando o vejo balançando a cabeça para afastar os cabelos dos olhos - alguns amigos dizem que parece com um tic nervoso ou coisa do tipo - mas prendo o riso, na verdade, nem se quisesse conseguiria sorrir agora, estamos a tanto tempo em silêncio e praticamente imóveis que os músculos do meu rosto não responderiam.
É mais doloroso do que pensei colocar um ponto final em uma história, principalmente quando você sonhou com toda ela e o fim não era assim tão silencioso e precoce. O combinado é que seria para sempre e sabe, ninguém mais que eu quis isso. De verdade, não consigo contar quantas noites sem sono viraram borrão da nossa história, costumava pensar nele sempre e não existiam planos para o futuro que ele não se encaixasse perfeitamente ao meu lado. E então, depois de tudo, olha eu aqui pulando fora sem coragem de dizer adeus.
A vergonha de encará-lo não é pelo fim do trato, do combinado, da promessa de que seria para sempre. De certa forma para mim será, ele sempre ficará em algum lugar em mim, mas acho um pouco injusto dizer isso para ele, dizer que estou indo embora e levando nossas lembranças, mas que ele fica. Dói em mim e imagino que nele doa mais.
Eu nem sei por que eu não consigo encará-lo, eu só não consigo. Fixo meu olhar agora para escuridão que engoliu a paisagem que era linda quando o sol brilhava e uma outra vez sinto uma pequena ironia do destino. Tento parar de pensar e volto a ouvir a música, o som da gaita me acalma. Eu só queria que ele conseguisse ver o começo no meio dessa confusão de fim. Tudo está sempre começando e não chegando ao fim. Eu, pelo menos, tenho tentado ver a vida assim.
O carro para na porta da minha casa, desço, crio coragem e o encaro. Ele não se move e continua olhando para frente. Então é isso...

Início.


A Paz de Jah!
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quinta-feira, 15 de março de 2012

Assim é bom.


Prender-se assim é bom. Enroscar os braços no teu pescoço e me jogar.
Caminhar assim é bom. Seguir em frente na mesma direção.
Sorrir assim é bom. Fechar os olhos e deixar a alegria escapar no canto da boca.
Brigar assim é bom. Fazer cara de brava só pra ganhar beijo de consolação.
Não fazer nada assim é bom. Ficar junto, de mãos dadas e alma lavada.
Se entregar assim é bom. Receber de volta imensidão.
Ser bobo assim é bom. Rir de tudo e não se importar com nada.
Descobrir o amor assim é bom. Sem nenhuma pretensão.



Foto por: Israel Alves


A Paz de Jah!
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Feliz dia das Mulheres para os HOMENS.

Ana acordou cedo essa manhã, mais do que de costume, e já foi logo pensando no que escreveria para o dia internacional da mulher. Aspirante a escritora, ela tinha essa mania de escrever bobagens sentimentais em dias especiais ou quando desse na telha.

Pensou em escrever sobre si, mas logo descartou, afinal, não se escreve sobre o que não se entende, e veja bem, Ana era uma confusão. Sabe aquele tipo de garota fã de Clarice, com cara de encrenca, mas que lá no fundo é doce, tão doce quanto aquele perfume que ela usa e que invade todo o escritório quando chega pela manhã.

Me contou toda tagarela mas com um pequeno nó na garganta que chegou a escrever sobre as mulheres que a inspiram mas que no meio do texto recebeu uma mensagem de alguém que a pouco saira da sua vida dizendo que ela era mulher de verdade e que aquele dia era todo dela. Já com os olhos cheios d’água Ana me leu o novo texto, segundo ela, dedicado ao homem que a fez sentir mulher.

“Entre tantas palavras, entre tantas mulheres incríveis para homenagear, só um nome me vem à cabeça e é de um homem. Então assim, com poucas palavras mesmo, quero homenagear o homem que com o seu sorriso iluminou meu mundo e fez eu me sentir a mulher mais feliz do mundo só por tê-lo em minha vida. Ele que embora por muitas vezes tenha me dado colo e enxugado minhas lágrimas, me ensinou a ser forte e a encarar de frente os problemas da vida; ele que fazia minhas tardes de domingo vazias se tornarem perfeitas sem nem sair de frente da TV; ele que me dizia o quanto eu era linda mesmo naqueles dias em que você acorda e a vaidade fica na cama; ele que depois de uma dia cansativo me fazia cafuné até eu cair no sono e saía devagarzinho deixando escrito em algum lugar do quarto o quanto me amava.
E aproveitando o embalo, homenageio também esse homem ai, que você ao ler esse texto esta pensando no que ele faz que te faz sentir a mulher mais especial do mundo. Homenageio a você, bem ai, que é homem e está lendo também, esse texto é para você.
Então é isso, hoje vou homenagear os homens, aqueles que nos fazem felizes por sermos mulheres, sejam eles maridos, pais, filhos, namorados ou boas lembranças do passado. Obrigada!”

Então Ana, já se debulhando em lágrimas, me pergunta o que achei e se tava bom para colocar no blog. Então, eu, com o coração talvez em pedaços, desejando mais que tudo ser aquele homem do texto e querendo dizer ao seu ouvido que nunca a deixaria, ao contrário do dito cujo á quem ela dedica quase tudo que escreve, lhe respondo com um sorriso que tudo que ela faz é perfeito.
Ana, com aquele jeito lindo de menina sorri fechando os olhos e diz “Obrigada, Roberto. Tenho certeza que alguma menina vai ler esse texto e vai lembrar de ti.”

E eu volto a trabalhar mais uma vez desejando que a garota fosse ela.




A Paz de Jah!
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

1 ano de saudade.


É só uma pequena homenagem diante da grandeza desse homem que saiu do sertão do Ceará, semi-analfabeto e chegou em São Paulo disposto a crescer na vida. Construiu família, obteve seus bens e deu o melhor que pode de si. Passou por duas cirurgias de ponte de safena, um AVC hemorrágico, uma cirurgia para retirada de um tumor no cérebro e lutou durante anos contra um câncer de prostata, tudo isso sem perder o riso e a alegria que contagiava a todos nos vários hospitais que passou.

É só uma pequena homenagem comparada ao orgulho que sinto ao dizer que esse homem foi e sempre será o meu avô, meu pai, meu carinho, meu chamego, meu abraço protetor... O homem da minha vida.

Te amo, viu vôzinho? Sua ausência faz presença em todo lugar.




A Paz de Jah.
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