Eu me achava forte.
Tinha uma
armadura reluzente,
que me
protegia da tristeza.
Eu me
achava forte.
Tinha uma
armadura de ferro,
que me
protegia da vulnerabilidade.
Eu me
achava forte.
Tinha uma
armadura resistente,
que
me protegia da dor.
A
armadura me trouxe solidão.
Mas tudo
bem, eu me achava forte.
Olhei-me
no espelho.
Não me
reconheci.
Não sabia
quem eu era.
Olhei-me
no espelho.
Só tinha
armadura ali?
Cadê a
pele?
O calor
de estar vivo?
Não
estava tudo bem.
Já não me
achava tão forte.
Retirei a
armadura.
Quem é
essa no espelho?
De onde
veio tanta ferida?
De onde
veio tanta dor?
E essa mágoa e
tristeza, quem colocou aqui?
Eu não
era forte.
A
armadura virou amargura.
Revelou
um corpo doente.
Frágil.
Não se
cura o que não sente.
Não se
cura o que não se vê.
Preciso
me conhecer e entender quem sou.
Atrás de
todo ferro, no fim, tinha ali um coração.
Amar
cura.
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